Tecnologia do Blogger.
RSS

Vida de Marie

A primeira mulher a ganhar um Prêmio Nobel. Geralmente tudo o que sabemos é isso... Mas a jornada de Marie Curie até chegar ao prêmio é longa e cheia de preconceitos a serem quebrados, por estes e outros motivos ela é considerada a mulher mais extraordinária do século XX.




A vida acadêmica de Marie começa quando ela decide morar em Paris, chegando lá ela se matricula na Faculté de Sciences Sorbonne com 24 anos de idade. Dos 1800 alunos matriculados somente 23 eram mulheres, e destas um terço eram francesas. Formou-se em física e em matemática. Curie precisava de um laboratório para trabalhar e um colega a apresentou Pierre Curie que mais tarde se tornaria seu esposo.

Marie realizou suas primeiras pesquisas sobre um tema não muito interessante de física aplicada: o estudo do magnetismo de aços industriais. Em 1897, após uma gravidez difícil, nasceu sua primeira filha, Irène. Logo depois, com o apoio do marido, Maria resolveu tentar aquilo que nenhuma mulher havia ainda conseguido: um título de doutora em física, pela Sorbonne.

O tema escolhido para o doutoramento foi a estranha radiação emitida pelos compostos de urânio, que Henri Becquerel havia descoberto dois anos antes. Nessa época, não se falava sobre “radioatividade” – essa palavra só foi inventada em meados de 1898, pela própria Marie Curie.


Marie estava fascinada com os trabalhos de Henri Becquerel (O cientista francês Henry Becquerel (1852-1908) foi um dos colaboradores para a descoberta da radioatividade)

Marie Curie examinou um grande número de substâncias comuns, depois começou a testar sistematicamente todos os compostos químicos e minerais que existiam no laboratório da Escola Industrial de Química e Física, onde trabalhava. Inicialmente, nenhum deles parecia produzir efeitos semelhantes ao urânio. Após muitos resultados negativos, no entanto, Maria Curie encontrou a primeira novidade: os compostos de tório também produziam efeitos iguais aos do urânio. 

As pesquisas realizadas por Marie e Pierre levaram o casal a descobrir dois novos elementos químicos: o POLÔNIO (assim chamado por Marie em homenagem a sua terra natal) e o RÁDIO.

Era muito trabalho para pouco dinheiro e muito perigo. A saúde de Marie e Pierre estava comprometida pelo manuseio, sem proteção alguma, de elementos radioativos. Mãos descamadas, cansaço e queimaduras já podiam ser vistas.

Quando o trabalho de Pierre e Marie finalmente foi publicado ( detalhe: sem nenhuma patente ou restrição) eles já passavam por uma grande dificuldade financeira, mas acreditavam que se isto fosse feito estariam ferindo o espirito cientifico. O casal foi convidado para uma conferência na Royal Institution, Marie foi a primeira mulher a estar ao lado de grandes cientistas em um evento como este.

O casal recebeu vários prêmios, inclusive o Nobel de 1903. Com isto a vida financeira do casal deu uma estabilizada, mas a vida publica os incomodava. Neste mesmo ano nasce Eva Denise, segunda filha do casal. Em 1906 Pierre Curie morre e Marie Curie se torna a primeira mulher a lecionar na Sobornne substituindo o marido.

Em 1911 Marie ganha seu 2º Nobel. Não se tornando somente a primeira mulher a ser laureada com o prêmio, mas se tornando a única cientista laureada duas vezes.

Marie concorreu a um lugar vago para um único físico na Academia Francesa de Ciências, concorria com Edouard Branly (telegrafia sem fio). A imprensa bombardeou Marie, usando o fato de que não era francesa e além disso era mulher... 


A imprensa também viu em um possível romance de Marie com um homem casado a oportunidade de tirá-la da França. Suas filhas e ela foram aterrorizadas e foram obrigadas a se mudarem para casa de amigos.

Marie só começou a ser vista com bons olhos novamente, quando ajudou ativamente os franceses durante a guerra, criando as chamadas " Petites Curies" que eram postos radiológicos e facilitavam o trabalho dos médicos. Para guiá-los Marie precisou de uma autorização para dirigir.

Todos os anos de trabalho com materiais radioativos cobraram um pedágio muito alto para Marie... Ela era conhecida por andar com tubos de ensaio com Rádio dentro do bolso de seu jaleco. Ela morreu em 4 de julho de 1934.Em 1995 seus restos mortais foram transladados para o Panteão de Paris, tornando-se a primeira mulher a ser sepultada neste local.

Me encantei com a história da Marie Curie e agradeço ao meu professor Daniel Vieira pela oportunidade de entrar em contato mais profundamente com esta parte da história da Ciência.

Até mais,
Camille

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

0 comentários:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...