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Lugar de mulher é na ciência!!!


O artigo que irei comentar e indicar hoje é muito interessante e atual, foi publicado em julho deste ano.

Pesquisadoras brasileiras: conciliando talento, ciência e família. Leia aqui

 O que estiver em negrito foi retirado do próprio artigo.

Me senti com necessidade de ler e estudar mais sobre este tema, pois vejo que há uma certa carência de mulheres na graduação de física e na ciência como um todo. Vejo também um certo olhar diferente, quando digo que curso física e quando digo que sou casada então, nem se fale... Mas vamos ao artigo.

Este estudo teve como objetivo identificar características individuais e familiares de pesquisadoras de destaque no Brasil, bem como fatores promotores e inibidores do desenvolvimento de seu potencial ao longo da trajetória profissional e o impacto de seu talento na dinâmica familiar. A pesquisa ocorreu em duas etapas: 111 pesquisadoras participaram da primeira e oito da segunda. Os dados foram obtidos por meio de questionário sociodemográfico, análise documental e entrevista semiestruturada. Os resultados revelaram que a dedicação à carreira profissional é superior à devotada às áreas pessoal, familiar e social. Conflitos para conciliar carreira e vida familiar foram apontados como decorrência de estereótipos de gênero. O impacto do talento e sucesso profissional das participantes foi positivo em relação aos filhos e negativo no subsistema conjugal.

Apesar do crescimento da participação das mulheres nesse universo, as chances de sucesso e reconhecimento na carreira ainda são reduzidas. Um exemplo atual é a subrepresentação feminina entre os ganhadores do Prêmio Nobel. Desde que foi instituído, em 1901, apenas 44 mulheres, de 830 prêmios concedidos, foram laureadas (The Nobel Prize Foundation, 2011). As áreas em que elas se destacaram foram: física, química, fisiologia/medicina, economia, literatura e paz. Ressalte-se que, dentre as 44 agraciadas, 12 foram em literatura e 15 em paz. No Brasil, a Academia Brasileira de Ciências é outro exemplo:dos 673 membros, apenas 107 são mulheres (Academia Brasileira de Ciências, 2011).

Será por que é tão díficil ver mulheres no universo científico? Acho que tem uma ligação muito forte com este estereótipo de gênero. Dentro da própria universidade podemos ver que muitos homens não se sentem a vontade quando uma mulher tira uma nota maior que ele, quando uma mulher ganha um destaque maior... Em muitos relacionamentos também, muitos homens não aceitam a mulher ser superior financeiramente ou intelectualmente.

A autora explica que a baixa representatividade feminina em cargos de maior poder e as poucas oportunidades de avanço na carreira devem-se à organização e estrutura do trabalho científico. Ela também indica fatores como conflitos com a maternidade, organização rígida dos laboratórios de pesquisa e representação social da mulher cientista.

Por que a estrutura do trabalho científico não seria favorável às mulheres? De acordo com Warrior (1997), a fase entre 25 e 35 anos é fundamental no estabelecimento de uma boa reputação na área, principalmente por meio de alta produtividade. Os estudantes, ao terminarem sua educação formal, estão mais atualizados e disponíveis a dar continuidade a seus estudos, já que em sua maioria ainda não possuem vínculos e responsabilidades empregatícias. No caso das mulheres, muitas entram em conflito por ter que tomar uma decisão – adiar a maternidade, conciliá-la com sua carreira ou não ter filhos (Evetts, 1996). 

O sistema brasileiro de ciência e tecnologia não inclui benefícios que auxiliem a cientista a conciliar carreira e família. A exigência para cumprir os prazos das bolsas e manter os índices de produtividade não é atenuada nos períodos em que a mulher se dedica à maternidade, como ocorre com qualquer trabalhadora da nossa sociedade, visto que é um direito constitucional (Aquino, 2006).

A mulher tem que fazer uma escolha muito díficil, eu quero alcançar minhas metas profissionais, mas quero ser mãe também... Conciliar as duas coisas torna-se muito complicado, o sistema brasileiro de ciência e tecnologia deveria ter algum beneficio que auxiliasse a mulher neste período.

Veja este relato que está no artigo:

Quando meu filho nasceu, estava fazendo minha tese de doutorado. Aqui cheguei,agora não vou viajar, vou ter o bebê! E durante todo o período de escrever a tese estive grávida. Me lembro com uma barriga gigantesca... Tive o bebê e ia na aula,seminários, com ele no canguru, amamentei em sala de aula. (Pesquisadora 3)

Não é uma questão de facilitar a vida da mulher no meio científico, mas uma forma de nos oferecer condições  para que possamos ter nossos filhos com calma para depois retornarmos com tranquilidade. 

 O que poderia ser feito para modificar este cenário? Vamos debater?

O desenvolvimento e a expressão do talento do indivíduo trazem benefícios não apenas para aquele que vê seu potencial se transformar em alta realização ou produção, mas para a sociedade moderna, que vive cada vez mais desafios ecológicos, tecnológicos, econômicos, sociais, éticos e morais. Não reconhecer, aceitar e estimular as habilidades e interesses das pessoas resulta em desperdício de excelência humana frente às necessidades atuais que a vida moderna tem imposto à humanidade.

Indico muito este artigo, fácil leitura e muito esclarecedor. Leia... 

Bjos e até a próxima
Camille




 




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