Para finalizar o ano com chave de ouro, vou contar com alguns posts da minha amiga de curso e de estágio: Maria Jucicléia. Entramos no curso de Física juntas e estamos sobrevivendo... Sempre a convidei para fazer um post aqui e finalmente eles saíram :)
Seja bem vinda Maria e me mande posts sempre que quiser :)
Na
década de 1920, Edwin Hubble ao estudar aglomerados de estrelas distantes
percebeu que não se tratavam apenas de estrelas, mas sim de outras galáxias.
Esta era a porta que nos levaria além da nossa Via-Láctea. O Universo acabava
de “crescer” um pouco mais.
Lembremos
que até o século XVI, a Terra era considerada o centro do Universo e, portanto
ocupávamos uma posição privilegiada nesse mundão sem porteira. Quanta
ingenuidade, mal sabiam os sábios que essa importância toda só residia em
nossas contraídas mentes. Freud bem poderia ter sido Físico, logo a matéria
escura, a energia escura e a própria antimatéria viriam à tona do nosso
inconsciente.
Mas
este não é o caso. Hubble, a partir de suas observações deduziu ainda que as
tais galáxias estivessem se afastando umas das outras e logicamente, de nós
também, cada vez mais rápidas. (Pobre Einstein, suas equações da relatividade
geral previam um universo em expansão, mas ele acreditava em um universo
estático, imutável e eterno. Chegou a inventar um número para equilibrar
sua equação. Com as descobertas de Hubble este passava a ser o maior erro de
sua vida, segundo suas próprias palavras).
Esse
Hubble é um danadinho, pôs no chinelo ninguém mais ninguém menos do que Albert
Einstein!
Para
desespero dos ufólogos, lá iam nossas esperanças de contato. Residentes de um
lugar qualquer, sem privilégio algum e ainda sem vizinhos. Só nos resta mesmo a
Astronomia como passatempo!
O Universo é bem maior do que supunha
nossa vã filosofia, e está se expandindo!
Expandir. Vtd. Tornar pando
(inflado, aberto, encurvado), dilatar, desenvolver, aumentar.
A
partir daí surge uma nova maneira para tentar explicar a origem do Universo.
Pensemos:
se o Universo está se expandindo, ou seja, as coisas estão se afastando uma da
outras, ENTÃO, deve ter havido um momento em que todas as coisas estiveram
juntas. Toda a matéria e radiação do Universo estavam reunidas resultando em
uma densidade imensurável.
E
por alguma razão, o descuido de alguém quem sabe, como quem deixa um copo cair
e se espatifar, ou como uma panela de pressão fervilhando querendo deixar
escapar seu conteúdo, uma sopa, por exemplo, dissolvida e misturada... E de
repente não mais que de repente... expande-se para todos os lados! Com pressão
e temperatura tão elevada não havia como ser diferente.
Partículas,
antipartículas e radiação a altíssima temperatura interagem velozmente. Em
menos de um segundo as partículas estão formadas, a radiação vai perdendo
energia a medida que o universo se expande e se resfria, a temperatura cai
cerca de um milhão de graus ( de 1,5 x 1013 para 1,5 x 1010).
Setecentos mil anos após este evento os
átomos começam a se formar e vão começar a dança do aglomeramento de forma
ligeiramente não-uniforme, a esta altura a temperatura cai para aproximadamente
três mil graus (3000K).
E assim, com a ajuda da força gravitacional estrelas se
formam, galáxias se formam e a temperatura continua a baixar. A expansão não
cessa. Mais uma vez com a sabedoria de Hubble e sua equação, é possível estimar
há quanto tempo ocorreu esta violenta expansão, as melhores estimativas nos dão
o valor 14 x 109 anos (cerca de 14 bilhões de anos) isto é
precisamente a idade do universo. No tempo presente, distante dos aglomerados
de estrelas, a temperatura é de aproximadamente 2,72K, é muito, muito, mas
muito frio mesmo.
Poderíamos terminar nossa história aqui, mas perguntas é
o que não faltam na cabeça destes que miram nas profundezas do cosmos.
Fique atento aos próximos posts :)
Até mais,
Maria J. da Silva